Essa oficina foi realizada em dois dias na semana da 'calourada2014'. Foi bastante interessante ministrar uma oficina para alunos de direito. Perceber o processo de desenvolvimento de cada aluno e dialogar com eles durante este processo. Apesar de um plano de aula, a aula ia pulsando conforme esta troca. Eu os instruía, orientava, mobilizava-os e em resposta, eu era provocado a me repensar e repensar a minha mediação. E este foi um ponto alto e importantíssimo, criar junto com eles. Como já havia ministrado uma oficina anteriormente, tendo como bibliografia o livro "Improviso para o teatro", de Viola Spolin, a minha mediação era presente a fim de que eles não perdessem o ponto de concentração, o problema a ser resolvido. Declaro que não fiz isso conscientemente nos primeiros minutos, mas a medida que observava a minha conduta fui relembrando deste meu histórico. Orientá-los sem indução autoritária me fez compreender um pouco a respeito da fala de Paulo Freire quando ele afirma que o aluno é o sujeito e não objeto da educação. Percebi na prática, observando a postura deles no primeiro e segundo dia de oficina, que havia ocorrido um desenvolvimento de consciência e sensibilidade, não só deles como minha também. É lindo como Paulo Freire tem razão ao afirmar que o professor se faz na sua prática e que nós também aprendemos ensinando. Buscar este diálogo horizontal, esta troca não é tarefa fácil. O poder (no meu caso, o domínio de uma linguagem teatral) pode nos levar a soberba e humildemente aceitar que não somos donos da verdade é bastante instigante até para que o processo de criação se dê da melhor maneira possível. Durante a oficina, fui percebendo como um simples objeto, uma fotografia podem mobilizar o 'criador a criar a sua criação'. Como uma mesma frase pode ser dita de formas diferentes tendo como móbil, objetos diferentes. No caso específico de um dos alunos, o Rafael, uma colher de pau serviu para que ele dissesse uma frase de forma interrogativa, dita anteriormente como afirmação. Foi bastante gratificante ouvir dos alunos que com o passar da oficina, eles buscavam resignificar os objetos. Observar os outros integrantes do PIBIC ministrando a oficina também nos ajuda a aprender. Observar a ambientação que a Jamile fez e ouvir dos alunos o quanto esta ambientação os ajudou, fez-me repensar a forma caótica e excessiva com a qual disponibilizei os objetos e as fotografias. O quão é importante que o ambiente seja permissivo. Saldo positivo no fim das contas.
Nilson Rocha.
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